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Gincana de moda inclusiva mobiliza estudantes em série de atividades
15.09.2016 | 11:21 | #tecnologia-em-design-de-moda
Gincana de moda inclusiva mobiliza estudantes em série de atividades
O desafio de criar peças elaboradas especialmente para pessoas com deficiência foi aceito com muito entusiasmo pelos acadêmicos do curso de Design de Moda da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Até sexta-feira (16), no mínimo seis looks completos devem estar prontos para serem apresentados em desfile na praça de alimentação do Shopping Pelotas, às 20h. 

Até lá, acadêmicos de todos os semestres da graduação unem forças para atender as necessidades de seis portadores de deficiência ouvidos antes do planejamento das peças. Elaboração do molde, escolha dos tecidos, corte, costura, prova e ajustes, por exemplo, deverão ser feitos pelas seis equipes que integram o Projeto Moda para T@dos. 

O grupo da acadêmica Mônica Alba, do segundo semestre, está desenvolvendo roupas que atendam necessidades de cegos. A partir de uma conversa, as estudantes optaram por desenvolver peças de roupas que trabalhem com texturas, incluindo uma estampa feita em 3D. Por detectar que uma das principais dificuldades enfrentadas por esse público se dá no momento de identificar cor, tipo de estampa e possíveis combinações, o grupo também composto por Marta Santos, Milena Bubolz, Milena Pereira, Maria Brasil, Eliane Cigonine, Laisa Lemos e Luiza Maciel planeja o desenvolvimento de um QR Code, que através de um aplicativo de celular informe detalhes da peça consultada.

A acadêmica Marjany Vizzotto, do quinto semestre, estuda alternativas para facilitar a vida de pessoas amputadas na hora de se vestirem. Através de conversa com um participante que precisou perder parte do braço quando ainda criança, foi possível identificar que a manga de peças mais pesadas, como jaquetas, tornam-se incomodas quando arremangadas. “Por ter só uma mão, nosso entrevistado demonstrou ter dificuldades para abotoar camisas. Estamos pensando em utilizar alternativas como o velcro tanto para segurar a manga como para facilitar o fechamento de botões e zíperes”, adiantou. Completam o grupo as acadêmicas Mônica Teixeira, Sandy Pereira, Sendy Barbosa, Paola Battilana, Taline Pinheiro, Taline Duarte e Patrícia Pinto.
 
Atender necessidade de uma pessoa com deficiência motora está sendo o desafio do grupo de Kettlin Borges, do quarto semestre. Com má formação em uma perna e braço, a entrevistada do grupo apontou o caimento de calças como a principal dificuldade na hora da escolha da roupa. “Ela consegue fazer tudo o que deseja, então pensamos em apostar em tecidos confortáveis e que tenham um bom caimento”, explica.

Aprendizado na dificuldade 

São apenas cinco dias para realizar todo o processo criativo necessário para a construção de um look. Como aliados dos integrantes dos seis grupos, está a interação e o conhecimento entre acadêmicos de vários semestre do curso. A coordenadora do Design de Moda, professora Lilian Fetzer, está surpresa com o empenho que os grupos estão demonstrando para cumprir os desafios propostos. “Eles estão comprometidos em buscar novas informações e propor soluções para esse público”, comentou.

A coordenadora do projeto, professora Ana Luiza Timm Soares, explicou que a cada dia uma atividade precisa ser cumprida. “Realização de pesquisa de campo e entrevista para definição do subtema, entrega da proposta a ser executada, confecção do look e organização do desfile final são os tópicos que precisam ser executados”, informa.    

Na avaliação da acadêmica Kettlin, o desafio obriga seus participantes a se colocarem no lugar de outra pessoa para identificar dificuldades que muitas vezes passam desapercebidas. “A gincana está sendo muito legal e na minha avaliação faz bem pensar em que outra pessoa está precisando para tentar atendê-la”, diz.   
Já para Mônica, a obrigação de encontrar alternativas de forma rápida vem sendo um grande aprendizado. “Esse projeto nos faz pensar que coisas tão básicas para a maioria das pessoas, como escolher uma roupa e vesti-la, pode se tornar bem mais complicado para outras”, aponta. 

Um dos pontos mais positivos, na visão de Marjany, foi a integração entre alunos dos diversos semestre. “Estou achando o projeto legal por possibilitar a realização do trabalho com novos colegas”, diz. A troca de ideias e de experiências vem sendo enriquecedora na avaliação da acadêmica. “Se não fosse imposto à formação do grupo com acadêmicos de diversos semestres, acabaríamos fazendo o trabalho com o mesmo grupo de sempre. No mercado de trabalho vai ser assim, teremos que trabalhar com pessoas que não conhecemos”, avaliou.  

Lançamento

As peças confeccionadas no projeto Moda para Tod@s poderão ser conferidas durante o desfile que ocorrerá na praça de alimentação do Shopping Pelotas, às 20h desta sexta-feira (16). Os portadores de deficiência que participaram das entrevistas serão os modelos da noite. O projeto foi inspirado na realização das Paralímpiadas e convocou estudantes de todos os semestres da graduação para pensar e elaborar looks voltados às necessidades dos deficientes físicos.

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